quarta-feira, 23 de junho de 2010

Dias de Luna #4.

Elevador semi-vazio, ela e mais outro. Ambos indiferentes, ambos do 15º andar para o térreo. 10º andar. Pâni de energia.
Uma hora entre quatro paredes friamente metálicas; um suspiro.

Moço: Cansaço, né moça?
Luna: É...
Moço: Queria estar numa praia, com uma cerveja gelada, deitado na rede.
Luna: Cerveja é bom. A Stephanie March também.
Moço: Queria sê-la, né?
Luna: Ter. É o verbo mais adequado.



Se todos tivessem essa sinceridade.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Bobagens (perfeitamente) esquizofrênicas.

Lembro-me que eram um bando de máquinas. Invenções de todos os tipos. Criadores e criaturas circulavam, demonstravam, apelavam. No meio estava uma daquelas invenções cômicas, abistratas e curiosas, com uma placa dizendo: "Máquina do Amor Perfeito".
Ri, balancei a cabeça negativamente e entrei. Entrei pensando "bobagem, bobagem, bobagem! Amores perfeitos não existem!".
A máquina, para minha surpresa, era vazia, metálica, temperatura ambiente. Romântico? Em lugar nenhum. Sentei ao chão e dei uma gargalhada. Que tolice eu estava fazendo? Metais e vácuo não geram amores, perfeitos então? Faça-me rir. A porta se trancou automaticamente, por tempo indefinido, sei lá... Me restava suspirar (de tédio talvez).
"Aha, amor perfeito.. Hum!" - resmungou uma vozinha na minha cabeça.
"Escolha!" - desafiou a outra.
"Escolher o quê, criatura?"
"A pessoa certa para você!"
"Não existe! Pessoas são incertas, amores inalcançáveis."
"Sim, existe! Princípes, que te ajudem a cozinhar, sejam amorosos, sorriem sempre, te mantêem magra. Mas, vamos lá! Se quiser, pode ser princesa também. Eu não ligo!"
"Sinceramente? Não quero isso, não. Que assunto bobo, de gente ilusória!"
"Típica pessoinha cética, você!"
"Não é ceticismo, coléga. É simples opinião. Beleza vale, prefiro loiros, médios. Mas se você quer amor, qual é a importância da aparência? Quero mesmo uma pessoa de verdade. Que brigue comigo porque deixei salgadinho sobrando por frescura, ou porque comi demais e não sobrou. Quero que me contrarie, grite, me infernize. Alguém que eu possa descançar minha cabeça em seu ombro no final do dia; que divida a cerveja, a alegria e a tristeza. Dê gargalhada dos meus errinhos bobos, me dê moral nos tombos mais feios. Mexa com minha cabeça, descontrole meu sistema nervoso e abale minha frequência cardíaca. Pessoa perfeita é quem grita que me odeia, diga adeus, nunca mais, no final volte atrás. Me dá a mão, o braço, o abraço; e vire pros seus amigos e diga: "É ELA!". A pessoa perfeita é tão imperfeita que não será inalcançável, estará lá do meu lado."
Não houve réplica.
Acordei.
Minha cabeça estava zonza, meu coração batendo diferente. Bocejei. Que inferninho era aquele dentro da minha cabeça? Quantas pessoas gritavam lá dentro? Perdi a conta.
Pensei. Sorri. Não era tão inferninho, era somente minha pessoa menos ilusória procurando válvulas de escapes no meio de um caos emocional, ao meio de pedaços de coração partido e gritos decepcionados.
Levantei da cama e pensei: "Bobagem, bobagem, bobagem! Máquinas de amores perfeitos são bobagens".
Ri.
"Amores, somente amores.. não são."

terça-feira, 15 de junho de 2010

Leveza, por favor.



Leia ouvindo. (Janis Joplin - Mercedes Benz)

Por vezes não parece, mas gosto de pessoas doces e sinceras. Não tão sinceras, elas podem contar mentiras boas e bobas... isso eu não ligo. Mas, por Deus! Quero ser mais leve. Mais doce. Mais tranquila. Quero ter coragem e sorte, quero não me contrariar tanto comigo mesma. Oh, há listas e listas do que eu queria ser e não sou; do que eu deveria.
Eu surto. Surto mesmo e muito. Quando estou brava, eu falo na cara (ninguém precisa adivinhar). Mas, não fico irritada com facilidade. Haha, pode rir da frase anterior.. Mas não é ironia e nem piada. Fico cansada, puta, entediada; mas irritada de sair berrando e estapeando? Isso raramente.
Fico na minha e pronto. Não mexo com as pessoas à torto e direito. Mas se quiser me ver irritada é ficar me enchendo, me sufocando. Vamos combinar? Eu não cuido da sua vida, portanto não cuide da minha, oras!
Tenho muito mais de Macabéa do que aparento. Tenho menos de Luna Lovegood do que pensam. Ou talvez sou o misto das duas, sei lá eu.
Tenho mais cafeína no sangue do que qualquer coisa, tenho inúmeras frases misturadas no cérebro. Sou lotada de sentimentos, e mesmo assim sou vazia vazia vazia. Paradoxo.
Inquieta e fala muito. Quando resolvo ficar quieta, é silêncio mortal da minha parte (e isso acontece muitas vezes em meio de diálogos. Quero me calar e pronto). E não tem motivo pra intensidade de cada coisa, eu simplesmente não me meço. Sou feita de extremos.
Tenho a imensa impressão que aparento seriedade e chatisse. Mas sei lá, não me acho simpática, me acho educada. Se chegarem mais perto perceberão que não me importo para opinião alheia, aceito brincadeiras de boa e não sou nada séria (nadinha!).
Só não me venha com preconceito e ignorancia, isso não! Quer ver conseguirem me deixar puta de verdade, sou eu ouvir pessoinha falando merda sem saber, ver gentinha com pré- conceitos inflexiveis. Enfim.
Mas, como ia dizendo... Gosto mesmo de pessoas doces e situações claras, igual Caio. E, bom, eu realmente só queria ser menos tensa, menos densa. Só leveza, não sei se é pedir muito.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Viver, errar, acertar. Algo do tipo.

Qual sua idade? 10? 15? 20? 30? 40 ou mais? Quantas vezes você já errou? Quantas vezes magoou e foi magoado? Quantas vezes já caiu jurando nunca mais se levantar e já se levantou falando que nunca mais iria cair? Quantas vezes disse que aprendeu e não erraria mais?
Não importa. A vida consiste em errar, e o ser humano pode aprender com o erro, mas ele volta a fazê-lo. É engraçado até, porque você se fode o tempo inteiro e o máximo que você faz é descobrir caminhos mais aprimorados para fazer besteira. É a vida. Uma hora você sabe, diz que repetir aquilo é insanidade. Duas horas depois você esquece, se entrega ao erro de uma maneira mais intensa que antes (e segredo: você é o único que não percebe isso!).
Inúmeras vezes falta coragem e insanidade para nos permitirmos sentir de novo, expor nossa ferida ao líquido, sem saber se é água benta ou vinagre.
E é por isso que vemos mais pessoas se entregando ao erro com medo de errar. As pessoas morrem emocionalmente, se tornam tolas e cortadas. Mas se elas se levantam e olham adiante, se tornam julgadas.
O que esquecemos é que no final estaremos todos fodidos, em todos sentidos da palavra. Ficamos quietos e seremos esmagados pelo peso da vontade, do que deveria ter sido feito e não foi. Falaremos, agiremos, seremos... e viveremos por um triz de toda conseqüência que houver.
Mas por que é tão difícil mandar esse medo para a puta que o pariu? Porque nos esquecemos que o maior de todos riscos nós já cometemos: o óvulo disse sim ao espermatozóide, e depois disso, o resto é pura conseqüência.
Então, meu bem, viva. Porque a vida é cheia de errinhos, e o maior de todos eles é não viver.


P.S.: Se você acertar. Se você achar o amor da sua vida. Se você for feliz. Você com certeza não poderá dar créditos ao seu medo estático. Por tanto, se movimente o mais urgente que puder.

P.S.S.: Ganhei seliiinhos! Valeu pessoal! Vou colocá-los em dia. :D

terça-feira, 8 de junho de 2010

Argth!

cansei de surtar, surtar de verdade. cansei de sentir vazio no meio do peito quando você me bloqueia. cansei de ouvir suas promessas e acreditar.
Vai pro inferno! você e a repetição de burrice que você ocasiona dentro de mim quando volta a falar comigo.

cansei de me rastejar por você, porra!

foda-se!

Dias de Luna #3

Para algumas pessoas duas explicações não bastam; para outras, meias palavras bastam.
Para ela, nenhuma palavra já é o suficiente.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pelas coisas que acredito.

Posso parecer desconfiada, desconfiável, porra louca e esnobe. Posso parecer qualquer coisa que você quiser, mas eu sou de verdade tudo aquilo que acredito, acredito tanto que parece uma reza silenciosa, coisa que ninguém vê.
Acredito em perdão sincero, acredito em amor real e acredito em abraço forte. Acredito que um sorriso muda o dia de qualquer pessoa (e dependendo de que dia for, muda a vida inteira), acredito naquele fiozinho de esperança que só você procurar que acha. Acredito em felicidade, em brilho no olhar (e para isso não precisa estar apaixonado por alguém), acredito que para tudo se dá um jeito. Acredito que as pessoas tem um lado chato, bobo, feio... mas que elas tem um outro lado interessantíssimo (ou não). Acredito que pessoas me cansam, que eu me canso, e isso não me impede de ver o lado bom dos outros e de mim mesma. Acredito em anjos e demônios, em meias verdades e em mentiras sinceras. Acredito que uma pessoa se torna interessante pelo tamanho da sua confusão existencial e não pela sua clareza de ideias.
Mas principalmente, acredito em coisas boas e bobas. E deve ser por isso que não sigo muitos padrões, que não sou muito normal e nem tão original.