domingo, 8 de março de 2009

Ao ponto.

Cheguei a ponto de colocar nome errado no espaço reservado pro nome na prova, cheguei a ponto de esquecer o controle remoto na geladeira e nem ir buscar de volta, cheguei a ponto de não reconhecer minha mãe, cheguei a ponto de defender tudo de mal no mundo. Chegaram a ponto de homem matar homem, chegaram a ponto de esquecerem que há pessoas doentes nos hospitais, chegaram a ponto de descobrir um crime e não condenar, chegaram a ponto de descobrir um avanço tecnológico e não usá-lo por causa da oposição bitolada. Cheguei a ponto de não saber mais do que gosto, de quem gosto, cheguei a ponto de chorar sem motivo, cheguei a ponto de esquecer tudo o que me fazem de mal. Chegaram a ponto de esquecer quem são e destruírem a si próprios, chegaram a ponto de confundirem ódio e amor; chegaram a ponto fazer acordos com inimigos. Cheguei a ponto de querer esquecer tudo de ruim e ter certeza que te amo, para depois berrar para todo o mundo que te quero, mas a única realidade é que não posso, e mesmo se pudesse, não te teria. Chegaram a ponto de esquecerem as diferenças culturais, as guerras e rancores, então serem amigos ou amantes, mesmo sabendo que isso colocaria a própria vida em jogo. Cheguei ao ponto. Chegaram ao ponto. Chegamos ao ponto. Ao ponto.

2 comentários:

Luciana disse...

Eu gosto desse texto.É tão confuso quanto você. Tenho pouco o que falar Cheguei ao ponto, ao ponto final.

Vera disse...

Maravilhosa a forma como você mistura a sintaxe com a própria estrutura do texto.

O clímax é o fim, quando você chega ao ponto final.

Beijos.