terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Clarice, Clarice.

há exatamente 33 anos e um mês morria o corpo de clarice. eu poderia estar por aí brincando ou decidindo o que queria ser quando crescesse, mas não. eu nem havia nascido, e nem estava nos planos de ninguém por aqui. é por esse motivo que é tão equivocado falar que a escritora algum dia esteve morta. enquanto muitos choravam e se despedaçavam com o corpo daquela mulher tão viva e diabólica (segundo relatos - inclusive de caio f. abreu e luís fernando verissímo) sendo velado e enterrado no calor inferno carioca, muitos nem tomavam conhecimento da existência da mesma. muitos sentiriam falta das suas ações mesmo depois de anos. a verdade é que clarice sempre foi uma alma. uma alma impregnada em cada página de seus livros, em cada entre-linha, em cada palavra que colocava para fora à procura do incerto, da coisa. e almas, bom, almas não morrem. elas continuam e continuam ao além e mais. imprimiu não só palavras de uma sabedoria e de uma incógnita inacreditável, ela se imprimiu nas entre-linhas. ela ainda é dona de vidas que não morrem, de lágrimas que se confortam e de sorrisos sinceros. a mulher dos olhos hipnóticos conseguiu carimbar-se na história e dentre os quatro ventos, conseguiu desafiar a morte e vencê-la.

porque o dia dela não deveria ser em dezembro. todo dia deveria ser dia de clarice.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Antes que perca a coragem.

Vou dizer antes que eu perca a coragem: vez ou outra eu leio uns textos e ouço umas músicas que me fazem querer absurdamente que você alguém mandasse algum dia pra mim.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Dessa vez eu queria menos.

Eu queria voltar no tempo. Queria dezembro de 2010 de novo. Não porque foi bom, justamente ao contrário. Queria ter tido mais calma, mais concentração, mais sorriso, mais confiança. Queria ter escrito algo sobre Lispector no dia dela e ter dado parabéns no dia certo para minha amiga. Queria ter sido menos. Menos louca, menos neurótica, menos medrosa, menos esforçada, menos triste.
Eu sei bem que nesse ano eu quero que dezembro seja menos, e que todos os outros meses sejam menos. Quem sabe as coisas não se encaixam?