quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Exagerada, ela é mesmo exagerada.

Havia, em uma cidade distante, uma mulher engraçada, falante, e apaixonada, chamada Gabriela. Sua adolescencia teve como trilha músicas do Paralamas, Cazuza, Cássia Eller...
Ela tinha um noivo, era o Ulisses. Os dois formavam um casal perfeito, Gabi sempre sorridente e sonhadora, Ulisses sempre amigável e carinhoso.
Mas, há quem dizia que estava demorando para ter alguma briga, eles noivaram somente com cinco meses de namoro, e uma hora iria dar briga. Havia quem dizia que isso tudo era inveja de solteirona, havia quem dizia que se os dois descobrissem dessas fofocas, eles iriam ficar furiosos.
Mas, em um entardecer de verão, faltando apenas três meses para o casamento dos dois, todos ouviram gritos e chingamentos.
- Você não me ama mais, Ulisses! – berrava Gabriela.
- O que é isso? Não te fiz nada! Fui comprimentar a moça que trabalha comigo, pô! – respondia Ulisses.
De repente ela gritou para ele sair da frente dela, e sem que ela esperasse, ele saiu mesmo, dizendo que não voltaria mais.
Então, a mulher abandonada se desmanchou aos prantos, enquanto os fofoqueiros e curiosos de plantão faziam rodinha para ver a cena decadente.
Dias depois, Ulisses apareceu de novo na casa dela para pegar um documento que havia deixado ali, e também para terminar com a moça, mas não ficarem terminantemente brigados.
Quando ele estava prestes a sair do sobrado, ela disse:
- Eu apenas queria brigar contigo para você realizar o sonho da minha vida! Eu queria que você cantasse Exagerado, em baixo da sacada, no meio da noite, para a rua inteira ouvir que alguém me ama.
Ele ficou com pena da ex-noiva, porque ela que era extremamente exagerada, e boba. Do jeito que há casais em falta por aí, se ela continuasse com esse fanastismo adolescente pelo Cazuza, ela iria acabar solteira.
Mesmo assim, ele deu um forte abraço nela, e se foi.

Um comentário:

Dani Fernandes disse...

Adorei o conto!!
Me lembrou de uma amiga minha, que vivia cantando Exagerado.
Pior é que existem mesmo pessoas assim.
Parabéns pelo texto!!