sábado, 6 de março de 2010

Fases de um amor bom.

Só lhe peço um favor:
Viole minhas leis,
destrua meus reis.

Xeque.

Três segundos antes estava tudo no lugar, calmo e constante. Antes. Antes somente havia suposições sobre o cara de cabelo bagunçado e meias engraçadas amar aquela garota de cabelo organizado e roupa típica de mulherão que sabe o que quer. Antes todos sabiam, todos viam e falavam do amor deles sem nem ao menos os dois saberem que aquele sentimento existia, sem nem ao menos eles terem noção da reciprocidade daquilo. Antes eles riam e davam as mãos e brigavam e riam e choravam e corriam e solucionavam... Melhores amigos, não é mesmo? Antes ele bancava de forte e poderoso para todos, ela bancava de racional, fria e insensível. A diferença é que somente os dois sabiam a fragilidade um do outro, ela sabia dos medos dele e ele sabia da vulnerabilidade dela.
Agora eles também sabem. Agora ele sabe o que quer, sabe quem é a vida dele e quem ele deseja ter em seus braços. Agora ela sabe que alguém a ama mesmo com todos seus defeitos e estranhezas, e que ela também é capaz de amar. Agora que ele percebeu que aquela garota fria e toda científica é quem faz seu mundo girar, e ela percebeu que o cara com tanta crença e divertido é quem faz seu coração bater. Agora ele tem medo porque a garota é tão frágil e tão quebrável que ela se envolve numa muralha de gelo, e se ele machucá-la, o mundo dela desabaria. Agora ela também tem medo porque a amizade deles é tão importante e essencial que, se ela acabar com tudo aquilo, ele desmoronaria.
Mas exatamente agora ele está na frente da garota, olhando dentro dos olhos esverdeados dela e tentando decifrá-los. Ela olha para ele com uma ansiedade incomum, tentando prever os atos dele. Ele toma coragem: "Eu te amo". Silêncio. Ele tem uma sensação de burrice suprema, sem saber da reação dela. Ela olha para ele com emoção e dúvida, querendo saber o sentido do amor, se aquilo realmente era o mesmo amor que o dela. Só uma forma de saber. Ela põe as duas mãos na face do homem e o beija. Ele a envolve pela cintura e corresponde.

Xeque - mate.

(E depois? Tudo acaba? Não... Ainda creio que a sorte saberá o que fazer).

8 comentários:

Ramona Bandeira disse...

Realmente incrível. Até achei que você estava contando a minha história ;)

O Neto do Herculano disse...

Gostei da forma que voce conduziu o conto, embora ainda acredite que existam possibilidades alem do xeque mate.

Maíra F. disse...

Lindo, lindo, lindo! E adorei o template novo :) Você escreve as coisas de um jeito muito... único. Adoro. Bjs, linda ;*

Camila disse...

aii que lindo! amei a forma que você escreveu, ficou muito real..

beijos

Mariah disse...

oun, que final lindo, que emocinante *-* quero um desses, hahaha

Nathalie Cobain disse...

Sempre leio seu blog mas acho que nunca comentei, gosto muito do jeito que escreve, e gostei do layout novo, combina mais com a sua personalidade! E lendo isso dá até digamos que ar pro meu coração morto respirar sabe? Profundo (: Passa no meu! Beijos

gabi disse...

e quem irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração?

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Muito bom teu blog, você é organizada e escreve bem pra caramba.
(:

@juusep disse...

aaaaaaaaaaaaaaaaa primeira vez que venho aqui! que liindo *-* sigo -te :*