domingo, 8 de fevereiro de 2009

Mudaram as estações, nada mudou.

Mudou a sala, o ano, a idade, a carteira, o caderno, os lugares, alguns professores e alunos diferentes tambem, muitos amigos (não me refiro aos colegas, me refiro àqueles amigos) mudaram de cidade ou escola, e nem sei se vou vê-los com tanta facilidade, e mesmo assim, estamos todos lá. A maioria são rostos conhecidos, ainda tem aqueles inspetores legais demais, a mesma escola (cenário de risos e tristezas), e entre eu e dois dos meus melhores amigos, ainda está a mesma coisa, a mesma amizade, de um modo nem tudo mudou. Mas eu sei que alguma coisa aconteceu, mas está tudo assim, tão diferente. Aquele mesmo lugar e aquelas mesmas pessoas estão estranhos, parece que sou invisível, as pessoas que considerava amigas, no momento me ignoram, e nem sei o que fiz; mas, talvez, sei o que a G. pode ter espalhado por aí para eu virar um fantasma e minha vida virar o inferno. E o mais estranho de tudo é que aquele trio inseparável se separou; agora é apenas uma dupla, normal e isolada, não haverá confrontos com a coordenadora, nem ao menos zoação com os inspetores, simplesmente porque uma de nós três se mudou. Não haverá tambem aquele meu friozinho na barriga e os risinhos com a M. por causa daquele professor delicioso, lindo e babável de geografia, porque ele também saiu de lá (coisa que eu realmente lamento, por mais que ele fosse irritante, aquela bunda, aquele sorriso, e aquele corpo já valiam a pena, tirando a parte que ele era fofo, educado, e etc). Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra “sempre”, sempre acaba. Juro que, como muitas coisas na vida, eu cheguei a acreditar que eu iria me formar com aquelas pessoas que eu achava perfeitas, iria sempre perder a quarta aula de quinta feira porque estaria esperando o professor (lê-se: deus grego, que nem é tão deus assim e muito menos grego) descer a escadaria, e iria sempre ter aquele mesmo trio, não importava o que fizessem para separar. Mas, esse ano, acabou tudo isso. Analisando bem, meu coração não vai bater estranho todo dia na escola; a ilusão de que tinha amigas legais chegou ao fim e o trio inseparável e imbatível, não existe mais. Mas nada vai conseguir mudar o que ficou. E mesmo tudo se desfazendo, eu irei, eternamente, lembrar com grande afeto, daquelas bagunças que nós três sempre fazíamos, daquela doce ilusão de que tinha muitas amigas reais e verdadeiras (no fim, descobri que verdadeiros amigos são raros, e eu tenho sorte por ter alguns), e principalmente, daquele dia que eu e a M. escrevemos uma carta para aquele professor (a carta tinha o nosso nome assinado – sim somos literalmente sem vergonhas) e pedimos para o inspetor entregar enquanto ele estava conversando com a coordenadora, e lá ficamos nós duas, sentadas na escadaria, esperando; até ele passar reto, com um sorriso safado (e percebemos que nunca havíamos tido uma manhã tão cheia de micos igual aquela). E tudo isso, não há meninas tolas e falsas que possa apagar. E elas podem até me ignorar agora, eu não quero amigas falsas e idiotas, mas o que realmente queria é que nada mudasse tanto em apenas dois meses.

P.S.: utilisei a música "Por enquanto" da Cássia Eller.

3 comentários:

Luciana disse...

Ah Marry, " mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está" mudar faz parte da vida, e pra melhor ou pra pior sempre deixa lições. Já tive algo parecido e aprendi mais do que aprenderia se estivesse tudo numa boa. E espera, o ano passa " nem desistir nem tantar, agora tanto faz, estamos indo de volta pra casa..."
Fique bem ;)

Dani Fernandes disse...

Oi, Marry!!
Incrível como as suas palavras me lembram tanto o meu último ano do colégio.
Nós pensamos que somos invencíveis, que nada vai mudar,nunca. Que vamos ser amigos pra sempre. Mas exatamente como diz a música, "o 'pra sempre' sempre acaba".
Sei exatamente como é isso e gostaria de dizer que vai mudar. Bom, talvez mude, afinal cada caso é um caso. No meu caso só piorou. Mas acabou sendo melhor assim. Ainda me lembro de uma carta que uma amiga me escreveu depois da formatura. "éramos oito, depois 6, depois cinco, agora três e depois? Cada um por sí? Podia ter sido tudo uma mentira, uma farsa, mas ainda assim era tudo o que eu tinha." Na verdade essa carta dela me fez chorar. Se der certo, algum dia te conto o resto da carta. Ainda sou amiga dela e acho que fomos as únicas que continuamos amigas como na escola.
Mas é triste ser ignorado, é triste perceber os olhares e sussurros sobre vc. E da raiva, muita raiva.
Mas tente superar. Por pior que a escola seja, um dia ela acaba. E mesmo com tudo isso, vc ainda vai sentir falta dela.

Beijo, Marry!!

Carol Lago disse...

o texto ta mt e mt lindo, é meu blog predileto *---*, mas a musica não é da cassia, é do Renato russo