
Raiva, raiva de tudo ao mesmo tempo Raiva pelas pessoas serem mesquinhas o suficiente por excluírem os outros apenas porque os outros são diferentes. Raiva pela sociedade dividir as pessoas. Raiva por pensarem em diferença, afinal, não somos todos pessoas? “O que não é comum é ridículo”. O que é comum para mim não é comum para você, então o que é comum? Ando achando que comum é exclusão, preconceito, fofoca. E se isso é comum, eu tenho o maior orgulho de ser incomum. Meu maior orgulho é saber quem são Beatles, Mafalda e Lispector; ver SVU e One Tree Hill, enquanto aquela menina da outra sala não sabe nada disso, chega a achar que Beatles é uma novidade, e ainda é totalmente normal e aceita. Então, um salve aos estranhos e anormais, eles não perdem tempo com bobeiras tipo popularidade ou fofoquinhas, aceitam tudo. E mesmo assim são discriminados, excluídos e mal encarados.
Hoje percebi que a única pessoa no mundo que eu pensava que iria rir da minha cara, me xingar ou me chutar, é uma das únicas que estão ao meu lado; enquanto tanta gente que eu achava que eram minhas amigas me chamavam de estranha por trás e me excluíram de uma forma tão estúpida.
Ninguém entende que tudo que as pessoas mais querem são ser elas mesmas, sem ter que seguir os outros ou abaixar a cabeça, e como uma pessoa qualquer, eu somente quero que aceitem minha estranheza, até eu que me aceitar!
O estranho que elas agem como se a atitude delas fossem me calar a boca, ou me mudar, mas, coitadas, estão tão enganadas quanto a mim! Quanto mais elas relutam, mais eu luto para ser bem do jeito que eu sou, teimosa o suficiente para não aceitar a maioria ou o que é comum.
Deixe as pessoas serem do jeito delas, deixem as pessoas xingar, gritar e chorar, talvez é tudo o que elas precisem. Me obrigar a ser comum não adiantará nada. Então, por favor: antes de excluírem, pensem; antes de fofocar da estranheza alheia, calem a boca, isso pode magoar, e muito.